A pandemia causada pelo coronavírus impactou em grandes escalas o setor do audiovisual. Há quem diga que toda essa situação apenas acelerou o processo natural que iria ocorrer na indústria dentro de alguns anos, que inclui o foco nos serviços de streaming e seu ganho de visibilidade. Contudo, também existem segmentos que encaram a pandemia como a queda inexorável do cinema mundial, quase como se isso fosse um retrocesso com data marcada. Como na maioria dos casos, a real conscientização da situação pode ser encontrada na linha tênue entre o “abandono do velho formato” e a “ascensão absoluta das plataformas de streaming” e seu ganho de espaço na indústria do cinema. O que tiramos de lição disso tudo é que os artistas estão sempre se reinventando.
Bertold Brecht já dizia que arte é resistência, e foi exatamente isso o que percebemos ao longo do último ano. Os artistas reinventaram-se no cinema, no teatro e na televisão, e, com isso, surgiu também o que alguns especialistas denominam como “linguagem quarentena”: aqueles produtos realizados em casa, com a luz um pouco estourada, pouco personagens e cenário único. Desta forma, os artistas mantiveram-se próximos de seu público e puderam testar-se em outras possibilidades. Tudo isso somente comprovou mais uma vez o valor da arte e a sua importância na vida do indivíduo. Sem medo de dizer que a arte salva – e, com toda certeza, salvou muitas pessoas no período da clausura máxima. O que teria sido dos nossos dias sem as séries, os filmes, a literatura e as lives? Vale refletir.
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