Com o avanço da tecnologia, a indústria de filmes e séries passa por uma revolução criativa, na qual a inteligência artificial está sendo utilizada em diferentes etapas do processo de produção, desde a seleção de roteiros até a pós-produção. A escrita de roteiros para o audiovisual é um processo complexo que envolve técnica, criatividade, construção de personagens, elaboração de diálogos e a criação de uma trama envolvente para o público.
A escrita de um roteiro é fundamental para o desenvolvimento de um filme, pois é a partir dele que os elementos que compõem a obra cinematográfica são definidos. No entanto, essa escrita é específica e desafiadora, exigindo mais do que simplesmente ter ideias, especialmente para aqueles sem formação na área. Recentemente, o uso da inteligência artificial tem se tornado cada vez mais comum na indústria audiovisual. Nesse contexto, o modelo de linguagem natural do ChatGPT tem se destacado como uma ferramenta que pode auxiliar na escrita de roteiros para o cinema.
O ChatGPT é um modelo de linguagem natural desenvolvido pela OpenAI que tem como objetivo gerar texto de forma autônoma. Ele utiliza algoritmos de aprendizado de máquina para aprender a linguagem humana e gerar conteúdo coerente e plausível. O ChatGPT é treinado em um vasto conjunto de dados que inclui informações linguísticas de diversas fontes, como livros, artigos de jornais, revistas e sites da internet. Ele pode gerar textos em vários idiomas, incluindo o português, e ser aplicado em áreas como chatbots, tradução automática e respostas automáticas por e-mail.
No entanto, surge a pergunta: a inteligência artificial é capaz de substituir a criatividade humana na produção de roteiros de alta qualidade? Essa é uma questão para a qual ainda não temos uma resposta definitiva. Até o momento, não existe na literatura jurídica brasileira o reconhecimento de autoria por parte da inteligência artificial.
Um exemplo de uso do ChatGPT na escrita de roteiros é o projeto Sunspring, dirigido por Oscar Sharp. Em 2016, um roteiro completo foi escrito por uma inteligência artificial treinada com o modelo de linguagem natural. O sistema foi alimentado com roteiros de filmes do gênero, como "Blade Runner" (1982, EUA) e "Independence Day" (1996, EUA), o que serviu como base para a geração do roteiro.
Daqui para frente, provavelmente veremos muitas mudanças na forma de trabalho na indústria audiovisual. Em particular, acredita-se que a inteligência artificial veio para somar, especialmente em termos de brainstorming, proporcionando novas ideias e perspectivas para os roteiristas. Vamos aguardar os desdobramentos.